Campeão em ficar no prego

Little Blue, o malvado

Hoje de manhã, a caminho do trabalho, em uma rua meio inclinada, parei no semáforo. Após alguns segundos, ele abriu, como de costume. Pisei no acelerador e o Little falhou. Tentei ligar, nada.

Fiquei no prego...

A sorte é que não tinha nenhum carro atrás, o que possibilitou ter a ajuda da força da gravidade e estacionar no acostamento. Talvez a maior sorte mesmo tenha sido a gasolina acabar ao lado do posto, não que ficar sem gasosa seja sorte. Se todas as vezes fossem assim, me pouparia muito trabalho.

Eu sei que a namô ficou feliz, pelo menos agora teria uma desculpa para chegar atrasada. Eu não sei o que acontece, mas ela tem um problema sério em se arrumar cedo. Fico horas esperando quando vou buscá-la, só que nunca está pronta no horário. Mas isso é assunto para outro dia, não quero criar confusão hoje (apesar de sempre ter razão).

Voltando ao que (me) interessa, estávamos lá, sem entender o porquê de a gasolina ter acabado. Não sei como, mas, do nada, tirei uma conclusão: acho que acabou porque usamos. Caramba, mas de novo? Se não me falha a memória esta é a terceira vez, só neste ano, que o Little nos deixa na mão.

Hoje, pelo menos, o trabalho foi bem menor. Caminhei alguns metros até o posto, conversei com o frentista, muito gente boa (eu, claro). Ele encheu um regador, fui até o carro, coloquei o combustível. Voltei ao posto, coloquei mais uns trocados de gasosa e parti. Simples assim. Perdemos cerca de 30min (nem tentei procurar o tempo, não ia encontrar mesmo). Acho que já estou acostumado a ficar no prego. Minha sensibilidade ajuda. O bichinho engasgou, já era, só resta encostar e reclamar.

O problema é sempre o mesmo. O marcador no painel fica piscando, piscando, piscando...  Penso que ele tá paquerando alguma gatinha, nem dou moral...

Mentira! Na verdade o problema se resume a duas situações: a primeira é a falta de dinheiro para abastecer; a segunda é a falta de vontade de gastar o dinheiro para abastecer. A gente sempre confia que o restinho do tanque vai dar para rodar. Entra no carro já torcendo para não ficar pelo meio do caminho. Às vezes a torcida é fraca...  

Tá certo que eu não trato o Little Blue com o devido respeito e carinho. Atropelo uns motoqueiros, ando por lugares feios (estou em Santarém), corro um pouquinho, deixo semanas sem banho (porque não acho a toalha certa), o lixo vai acumulando... Mas não precisava se vingar, né?

Atualmente trabalho para melhorar isso. No trânsito tento ser melhor também, mais gentil. Já viram essa campanha? Eles mandam até uns adesivos para você colar no carro. Assim os outros motoristas vão aproveitar para dar fechada, buzinar e encher o seu saco. Sua reação? Sorria e acene. Nada de buzinar, mostrar o dedo ou xingar a mãe deles. Isso é passado, agora a moda é sofrer calado.

O bacana é que, junto com a campanha, vem uma fiscal. A minha veio antes mesmo do adesivo chegar. É... Posso nem pensar em dar uma fechadinha ou dar uma freada cantada que a sirene dela toca. Sei que é para o meu bem (e para o bem dos colegas de trânsito também).

"Seja gentil no trânsito, que o trânsito retribui. E se você ouvisse uma música, em vez de buzinar? Ou apontasse o erro, em vez de xingar? Gentileza gera gentileza e se multiplica. Experimente.