segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O errado, se muito praticado, passa a ser certo?


Outro dia eu estava passando pela Avenida Tapajós quando vi uma cena muito comum no cais de arrimo: ciclistas circulando tranquilamente pelo local. Achei por bem tirar uma foto, justamente no momento em que um deles passava pela placa que sinaliza a proibição. Para piorar, quando olho para o outro lado da rua, noto a presença de um guardinha da Secretaria Municipal de Transporte. O que ele fez? Nada. Nem mesmo deve ter percebido a irregularidade, aliás, como boa parte da população. Vou usar este caso para ilustrar os meus argumentos futuros.
As pessoas têm mania de reclamação. Eu mesmo, neste texto, vou reclamar de um monte de coisa. Está em nossa natureza, correndo por nosso sangue, inserido em nosso DNA. Não temos como fugir dessa realidade. Desde o momento em que nascemos o nosso sensor de reclamação começa a funcionar, e cada dia funciona mais.
Nós temos a incrível mania de achar que o problema só está no outro. Falamos dos políticos que roubam milhões de reais, dos grevistas que não querem trabalhar, das indústrias que poluem a natureza, dos ribeirinhos que só vivem do Bolsa Família, do governo que sobrevive pelas migalhas distribuídas aos pobres, dos chefes que só nos fazem trabalhar, das mulheres que são piriguetes, das pessoas que usam o banheiro sem fechar a porta... Blá, blá, blá.
Se o tamanho da língua fosse documento, tem gente que se daria bem. Por que não olhamos para o nosso umbigo? Certamente porque acharemos defeitos. E claro que é muito mais divertido apontar os defeitos alheios. Com certeza você já deve ter ‘achado’ dinheiro na rua (ou sabe de alguém que encontrou). E, sem dúvida, deve ter se apropriado dele. Muitos ainda agradecem aos céus pela ‘benção’. Mas, espera aí, o dinheiro era seu? Não. Então por que pegou? E esse é só um exemplo. As coisas já se tornaram tão comuns que até causam espanto quando são feitas da maneira certa.
E por aí vai. Passamos pelo sinal fechado, ultrapassamos pelo acostamento, estacionamos em cima das calçadas, não paramos na faixa de pedestre, jogamos lixo em qualquer lugar, pichamos e destruímos o patrimônio público, criamos boatos, ofendemos o próximo, obtemos vantagens, vendemos o voto, roubamos, mentimos... Ou vai dizer que não? Mas para responder, espere um momento, olhe para o seu umbigo primeiro.
Não podemos esperar um futuro melhor se nós não fizermos nada no presente. Não adianta eu criticar um político, se na verdade sou igual a ele. Não adianta eu xingar o meu vizinho se eu sou pior que ele. Não adianta eu só reclamar, reclamar, reclamar se não fizer nada para mudar. “Você tem 10 segundos para pensar nisso!” (Hihihi). 

domingo, 28 de outubro de 2012

Ela se foi

O dia ja amanheceu e eu não consegui dormir
Fico me perguntando por que não está aqui
Será que todo amor que eu dei
Não foi o bastante pra você?

As minhas noites nunca querem acabar
Esperando o sol nascer, fico a chorar
Quem sabe um novo dia
Me traga novamente você

Minhas esperanças morreram pelo caminho
E eu cada dia fico mais sozinho
Sem saber o que fazer
Sem saber onde está você

A minha vida se reduziu ao nada
Não tenho mais direção nesta estrada
O meu mundo inteiro caiu
No dia em que você partiu...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sempre é bom discutir, mesmo o que não se deve



Sobre religião, política e futebol não se discute, já diziam as sábias línguas. Desde que nascemos ouvimos isso. No entanto, muitos (eu) pensam justamente o contrário, de que esses temas deveriam, sim, ser levados em consideração. Mas não tem jeito, sempre que entram em pauta causam muita polêmica. Tem gente que vira o cão para defender aquilo que acredita. É de conhecimento popular, por exemplo, que o PT é um partido medíocre e que o Corinthians é uma vergonha, né? Só que, por mais incrível que possa parecer, tem gente que acredita e torce por essas entidades. Bom, não se pode esperar outra coisa também, afinal, eles próprios admitem que sejam loucos. Haha. Calma, respira... Estou apenas brincando (ou não?).

Eu acho que outra palavrinha também se encaixa neste cenário. Amor. Olha, não sei com vocês, mas para muita gente (eu) entender o amor é mais difícil do que entender quem vota no PT (e isso exige muita, mas muita compreensão). Novamente peço perdão pela brincadeira.

O que mais se escuta das mulheres, seja qual for a idade, é que elas querem um ‘cara que pensa em você toda a hora, que conta os segundos se você demora, que está todo o tempo querendo te ver, porque já não sabe ficar sem você. E no meio da noite te chama, pra dizer que te ama’. Sempre pedem a Deus um homem carinhoso, fiel, companheiro... Do jeitinho que o Roberto Carlos canta em sua nova música.

Um ‘cara que pega você pelo braço, esbarra em quem for que interrompa seus passos, que está do seu lado pro que der e vier, o herói esperado por toda mulher. Por você ele encara o perigo, seu melhor amigo’. Sonham com um herói, um príncipe, um guerreiro... Ou vai dizer que não?

Aquele ‘cara que ama você do seu jeito, que depois do amor você se deita em seu peito, te acaricia os cabelos, te fala de amor, te fala outras coisas, te causa calor. Que te faz feliz e que te adora, que enxuga seu pranto quando você chora. O cara que sempre te espera sorrindo, que abre a porta do carro quando você vem vindo, te beija na boca, te abraça feliz. Apaixonado te olha e te diz, que sentiu sua falta e reclama, ele te ama’.

Desejam ter alguém para vida toda, que compartilhe todos os momentos de alegria, e que nos de tristeza, esteja ao lado, como um porto seguro. Que não se importe com o resto do mundo, que faça tudo para te ver feliz.

Nossa, que sonho encantado, que cara perfeito! Qualquer mulher seria feliz ao lado de um homem desses, né? Um cara que respeita a sua opinião, que é romântico, cavalheiro... Mas, não é bem assim que o bonde anda. Essa história de príncipe encantado, na verdade, só existe nos livros e no cinema. Na realidade as coisas são bem diferentes. Apesar de toda mulher falar que essa seria a descrição do parceiro perfeito, quando encontram alguém assim, acham tudo muito chato, muito sem graça, e não dão o devido valor.

As mulheres querem aventura, não compromisso, esse é o bem da verdade. Aquele papinho de que elas anseiam encontrar o amor perfeito não passa de ilusão. Pena que muitos navegantes caem no canto da sereia. A mulher não quer ter alguém certinho ao lado, ela quer ter um cara que não segue regras, que faz tudo errado e que não dá valor a ela. Ou por qual outro motivo existiriam tantos cafajestes por aí? Já reparou que eles fazem o maior sucesso? Pois é... São amados pelo time feminino.

Enquanto que aquele pobre romântico, que escreve cartinhas e compra chocolates para a amada, é super cafona. “A grama do vizinho sempre é mais verdinha”. Essa frase cai como uma luva. Quer dizer, as mulheres sempre falam que quem é assim é super fofo. Mas, na verdade, nunca o namorariam. Só é perfeito quando está ao lado de qualquer uma que não seja ela.

A sorte é que a vida ensina. O cara vai continuar sendo todo fofinho até o dia em que ele parar para pensar e ver que isso não está com nada. Que, para as mulheres, homem tem que ser canalha. O dia em que se der conta disso, aí sim vai encontrar a felicidade. E, quem sabe, depois a moça vai perceber que tudo o que ela queria era aquele bobo, grudento e fiel namorado.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Ser adolescente faz bem (às vezes)




Tem vezes que dá uma vontade de jogar tudo para o alto e sair correndo. Outras, de pegar tudo o que se vê pela frente, sem que nada escape pelas mãos. Temos dias maravilhosos, entretanto outros que fazemos de tudo para esquecer. Se esta semana foi boa, talvez a outra não seja. E assim a vida vai, dia após dia.

Esta semana eu li sobre a invenção da juventude. Na verdade sobre a adolescência, aquela fase rebelde que todos nós passamos, que compreende o período entre a infância até a vida adulta. Para uns a adolescência dura menos, para outros mais, no entanto todo mundo enfrenta esses anos ‘complicados’. E isso serve para que ele realize coisas que, muito provavelmente, nunca faria em outra época de sua vida, como pensar em fugir de casa, fazer tatuagens e colocar piercings, ou adotar o estilo roqueiro. Em muitos casos, quando a coisa não fica só no pensamento, a pessoa carrega o estilo até o final da vida. 

O termo adolescente só começou a ser usado em 1898, quando o psiquiatra americano Granville Stanley Hall adotou a expressão para caracterizar as pessoas que passam por esta transformação. Antes disso, ou se era criança ou adulto. Vale lembrar que puberdade nada tem a ver com adolescência. Apenas coincide de acontecer na mesma época. 

Pois é, infelizmente, para muitos, esse sonho de revolução se restringe apenas a esta época. Passando disso, tudo volta ao normal. À mesma correnteza lenta e previsível da vida. Você acorda para trabalhar e dorme para acordar. No meio disso você realiza refeições. Nada demais. Nada de emoções. Nada de nada. E os anos vão passando, os traços da idade aparecendo e você continua na mesma vidinha. Aguentando o patrão chato, atendendo às ligações de cobrança dos bancos, aturando os relacionamentos... 

Aí você começa a lembrar daquela época em que tudo era tão fácil. Podia fazer o que bem entendesse. Se não quisesse, era só dar um jeitinho e pronto. Responsabilidade? Nem fazia ideia do que era. Obrigações? As únicas eram ter de escovar os dentes e ir para escola. Pressões? Só se for da espingardinha preparada para atirar em passarinhos ou latinhas espalhadas pelo quintal.  

Tudo parecia tão lindo. Parecia... E era! Pena que passou, e passou tão rápido... Agora nos resta acordar, dormir... E sonhar. Bom, quanto a mim, vou voltar ao trabalho, afinal, agora, tenho responsabilidades, obrigações e muita pressão. A você, que está lendo, tenha um bom final de semana.