sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Histórias da Dona Márcia II

Lugar na fila




Este ano o Seu Luiz passou o Dia dos Pais distante de nós. Ele teve que viajar bem no dia 11 de agosto. Por ser uma data tão especial, não podíamos deixa-lo ir sem que ganhasse algum presentinho.
Então, na véspera, eu, meu irmão e minha mãe fomos à caça de algo do agrado do Seu Luizão (o que não é tão simples).
Acabamos chegando à Yamada. Estava uma loucura. Pior que a bagunça do local, com as coisas todas jogadas pelo chão, era o nível da beleza humana encontrada ali. Sem exagerar, parecia que estávamos no show do Zezé Di Camargo e Luciano. Filas gigantescas de gente feia. E bote feia nisso.
Eu e meu irmão escolhemos os presentes que daríamos ao véinho e, depois, tentamos localizar a Dona Márcia. Após alguns instantes, ela aparece.
- E aí, mãe, bora?!
- Já escolheram os presentes?
- Já. A senhora também vai dar presente pro pai?
- Não. Esse aqui é pra mim... – disse, sorrindo com os olhos.
- O negócio é encarar essa fila.
- Não precisa, Jo, eu tenho um lugar naquela outra fila.
- Tem?! Então bora lá. Qual é o lugar da senhora?
Ela prontamente respondeu:
- Tenho. Eu sou a última da fila.
Eu e meu irmão não aguentamos. Caímos na gargalhada, no meio de todo mundo, naquela loja lotada.
- Mãããe, quer matar a gente de rir?! Se a senhora é a última, a senhora não tem lugar. Melhor a gente ficar nessa aqui mesmo.
- É claro que eu tenho. Eu tô atrás daquela moça morena, magrinha, da blusa azul, que é a última da fila. Lá que é o meu lugar.
Bem que eu e meu irmão nos esforçamos para enxergar a tal blusa azul, mas sabe como é, o daltonismo de vez em quando nos atrapalha.
Acabamos ficando na fila em que já estávamos, apesar de o lugar maravilhoso que a mamãe tinha conseguido...
Desta vez a história aqui relatada não precisou da ajuda da minha imaginação. Então, Dona Márcia, a sra. não tem motivos para ficar brava comigo. Afinal, eu te amo!

Dona Márcia em sua passagem pelo Caribe

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Histórias da Dona Márcia I

Pizza de vento


Passava um pouco da meia noite quando meu irmão resolveu mandar uma mensagem para nossa mãe.

- Véinha, prepara uma pizza aí que a gente tá chegando.

Antes de irmos para casa, fomos a um mercadinho comprar refrigerante para acompanhar.

Ao chegar em casa, encontramos a cozinha vazia. E, o pior, sem sinal da pizza.

- Mãe!!! – gritamos, carinhosamente.

Após alguns instantes, escutamos a Dona Márcia descendo as escadas.

- Recebeu o nosso recado?

- Recebi... mas achei que era brincadeira.

- Mãe, não se brinca com fome.

- Se quiserem, eu faço agora, bem rapidinho...

- Claro que a gente quer. Compramos até refrigerante.

3 minutos depois.

- Não precisa colocar calabresa, né?

- Não, mãe. O que der menos trabalho pra senhora.

2 minutos depois.

- Vão querer azeitona? Tem na geladeira, mas já tá acabando.

- Não, mãe. Pode ser sem azeitona.

1 minuto depois.

- Tem pouco queijo... precisa colocar?

- Pow, mãe. E existe pizza sem queijo? Então nem precisa colocar nada, a gente come só a massa.

- Sério? Que bom. Já ia falar que não tinha molho mesmo...



Antes que eu receba umas boas palmadas da minha amada mãe, vou logo alertando que, talvez, nem todos os fatos da história narrada acima sejam verídicos. Minha imaginação pode ter dado outro rumo aos acontecimentos...

Já posso sair do castigo, mamãe?