Banheiro de festa a gente sabe como é, né? Uma nojeira. O chão alagado numa mistura de água, urina e vômito. O lixo transbordando de papel sujo.
Mas, beleza. O pior não é nem
isso. O pior são as pessoas que usam o ambiente.
Sábado eu fui a uma formatura. Lá
pelas tantas da madrugada, na minha décima viagem ao mijadouro, protagonizei a
cena que rendou este texto.
Ao chegar ao banheiro, três
homens ocupavam os três únicos locais destinados ao descarregamento urinário (sempre
tem aqueles que fazem no chão, mas não sou destes).
Como não queria ver a
instrumentária de nenhum dos marmanjos, e respeitando o manual de
convivência banheirística, fiquei à porta, esperando que uma das vagas
fosse desocupada.
Não demorou muito, um caboclo
vem, finge que não me vê, e entra no banheiro, quase acochando um dos três que
ali mijavam. Assim que o cara terminou o serviço, ele prontamente assumiu o
local. Segundos depois, outro cidadão vem e repete a cena que o anterior acabou
de protagonizar.
Eu fiquei na minha, calado,
tentando não esquentar a cabeça com a falta de etiqueta dos jumentos.
Depois de o segundo mijador
finalizar o serviço, ele veio até mim, que ainda estava no mesmo local, e
falou:
- Parabéns pela sua paciência. É
uma ótima qualidade. Você tem que agradecer muito ao seu pai por ter te criado
assim.
Eu ouvi aquilo quase não
acreditando.
O cara passa à minha frente, faz
o que tem que fazer, e ainda vem até mim para parabenizar pela paciência. É
muita cara de pau, né?
Eu olhei pra ele e, no meu último
milésimo de paciência, esbravejei:
- Vaaaaza!