Este foi o meu primeiro Dia do Professor. E espero que seja o
primeiro de muitos. Lembro que desde pequeno eu gostava de brincar de dar aula.
Fazia portas e paredes de quadro. E, mesmo não sabendo identificar as cores,
sempre vivia cheio de gizes coloridos. Meus alunos eram imaginários, mas os
conteúdos, não. Era o meu sistema de estudar para as provas. Eu passava a tarde
brincando de ensinar as operações da matemática, interpretação de texto, os
pontos cardeais, a chegada dos portugueses ao Brasil e tantas outras coisas...
Parece que a estratégia deu certo (se não me falha a memória, tive apenas uma
nota vermelha durante minha vida estudantil).
Ser professor é muito mais do que apenas repassar os ensinamentos escritos em um livro ou atribuir notas mediante o desempenho dos alunos. É compreender as dinâmicas que envolvem o universo dos estudantes. Notar as dificuldades que cada um apresenta, e a forma que essa resistência ao novo é exteriorizada, seja pelo grande número de faltas, por sempre chegar atrasado ou pela apatia durante as atividades propostas.
A missão do professor é fazer o diagnóstico precoce corretamente e realizar o tratamento capaz de reverter essa situação. Mas, para diagnosticar o problema, é preciso fazer uma autoavaliação. De que forma o conhecimento tem sido compartilhado? Será que os recursos utilizados estão em conformidade com o conteúdo proposto e com a necessidade dos estudantes?
Em um mundo cada vez mais dinâmico e tecnológico, ser professor torna-se mais complexo e desafiante. E um desses desafios é tornar as pessoas melhores. É oferecer a oportunidade de mudança e crescimento.
O melhor aluno não é o mais inteligente. É o mais esforçado. É o que mostra sede de conhecimento. Aquele que participa, que propõe. Que ensina, também. É aquele que gera discussão. E o melhor professor é aquele capaz de incitar tudo isso. Aquele que sabe no que é importante investir tempo. É aquele que não transforma o mundo, mas que ajuda as pessoas a transformá-lo.