segunda-feira, 24 de junho de 2013

352 anos. Já está na hora de mudar.



É com muita alegria que comemoramos mais um aniversário desta cidade amada. Agora, já se somam 352 anos de história. Três séculos e meio de muita luta, opressão, exploração. Mas também de muitas alegrias e vitórias. Sempre tenho a esperança de que, a cada ano, esta cidade, que um dia foi chamada de Pérola do Tapajós, consiga alcançar seu lugar ao sol.
Mas ainda estamos longe disso. Em pleno século 21 ainda carecemos de necessidades básicas. Os mesmos problemas que os primeiros moradores desta terra conviveram. Apesar de já se terem passado tanto tempo, em muitas áreas estagnamos. Em outras tantas, regredimos.
As problemáticas são as mais diversas. Ainda não conseguimos ter um serviço eficiente de abastecimento de água. Nem de fornecimento de energia. Ainda não conseguimos aliar o progresso à conservação ambiental. Nem criar meios de desenvolvimento permanente. Até hoje baseamos a nossa economia aos vários ciclos por quais passamos. Infelizmente, como o nome diz, não duraram muito tempo, apenas o necessário para criar uma triste ilusão e contribuir para aumentar ainda mais o abismo social.
O que dizer de ainda não termos um porto decente? Ou de conseguirmos acabar com as invasões e proporcionar um crescimento ordenado, bom para todos? O que falar sobre a nossa insegurança? Ou sobre a educação e a saúde?
Sempre acho importante a passagem desta data para podermos analisar como está o município. É claro que temos de fazer festa para comemorar um marco como este, no entanto, também vale fazermos uma profunda reflexão. Creio que os protestos realizados aqui, na última quinta-feira, já mostraram que o povo não é mais o mesmo. Esperamos que os políticos também não.
 
 

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Quando vamos estar preparados para as mudanças?

 
Mudar é inevitável. Por mais que nos prendamos a nossas mais profundas raízes, mais hora ou menos hora somos obrigados a mudar. Esse é o curso natural da vida. Nada dura para sempre. Tudo dura o tempo que tem de durar, não é o que dizem?
 
Todo mundo tem o sonho de se fixar. Seja em uma carreira, seja em um relacionamento, seja em uma cidade... o grande sonho do brasileiro, por exemplo, é a conquista da casa própria. Ter um espaço para chamar de seu. Ninguém gosta de não ter o próprio cantinho. Aquele para você chegar todo dia depois do trabalho, se refugiar quando um temporal cair ou apenas para cultivar algumas flores no jardim. Poucos são os que não lutam para conquistar isso, os que se acomodam de não saber quais serão as coordenadas que o destino vai traçar no dia de amanhã, que não se importam de não ter um lugar para chamar de lar. Mais uma vez, não queremos mudanças.
Um dos maiores desafios é traçar a carreira profissional. É definir o que ser ‘quando crescer’. Por isso que muita gente vive mudando de colégio, de cursinho, de curso, de faculdade. Mas uma hora, quando essa tal pessoa descobrir o que realmente quer, não vai mais querer saber de outra coisa. E a partir daí, as mudanças não serão bem vindas. Tem, também, aqueles que já nascem sabendo o que querem. Despertam desde cedo o desejo de se tornar professor, piloto, jornalista... ou os pais despertam o desejo neles de se tornarem médicos, advogados, engenheiros...
 
Depois de formado, a luta é para entrar no mercado de trabalho. Conseguir um bom emprego, participar ativamente da empresa, crescer profissionalmente... depois que chegar ao topo, ou ao cargo almejado, ou ainda montar o próprio negócio, a mesma rotina permanecerá por anos e anos. Todo dia fará a mesma coisa, terá o mesmo campo de atuação, sem mudanças, tudo igual.
 
No campo sentimental é a mesma coisa. O sonho de todo mundo, seja homem ou mulher, rico ou pobre, preto ou branco, bonito ou feio, (e por aí vai) é encontrar a sua alma gêmea, unir o príncipe à princesa, o mocinho com a mocinha, o Romeu e a Julieta (e por aí vai). Os livros, os filmes, as músicas... Tudo faz com que as pessoas pensem que em algum lugar do mundo, alguma esquina da vida, alguma fila de banco, algum show sertanejo, alguma aula prática, algum passeio no bosque vai fazer você conhecer a pessoa que nasceu para ser sua. Muitos saem à procura, tentando encontrar desesperadamente, outros nem se preocupam com isso. Mas, fato é, que qualquer dia, quando menos se espera, um anjo aparece à sua frente e, na mesma hora, você sente que essa é a pessoa com quem você quer passar cada segundinho da sua vida. O tempo passa, vocês se casam... e tudo fica normal.
 
Mas, seja em qual área for, menos hora ou mais hora, um terremoto vai chacoalhar a sua estrutura. Você vai começar a pensar em mudanças... já está cansado dessa mesma vidinha. De ter que acordar cedo, passar o dia trabalhando, e quando chegar em casa ainda ter que aturar aquela pessoa com quem se casou (o anjo virou dragão). Ou, pior ainda, o furacão passa pela sua vida devastando tudo o que tinha, arrancando suas raízes, te jogando para o alto. Sabe aquele emprego dos sonhos, que você sempre desejou e ralou tanto para conseguir? Pois é, sua demissão chega. Ou a mulher da sua vida, aquela que você sempre fez de tudo para agradar, esqueceu do mundo para viver para ela, abriu mão das suas necessidades para suprir as dela. Lembra dela? Então, assim do nada, ela sumiu da sua vida. Disse que não dava mais e zarpou da sua frente.
 
Como reagir a tudo isso? Como estar preparado para essas mudanças que parecem roubar a sua alma, a sua vida?

Querem a resposta? Eu procurei no Google, mas não achei nada apropriado... então, meu conselho, é que você encontre o seu próprio caminho, até porque, na verdade, nunca vamos estar preparado para isso. Por mais que achamos estar, a realidade é bem diferente do que a nossa imaginação. O importante é aprender a lição, por mais amarga e dolorida que seja. 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um pobre solitário



Pela primeira vez em muito tempo estou passando o Dia dos Namorados sozinho. Não sei se estou reagindo muito bem a isso, afinal, por mais que as pessoas digam o contrário, ninguém gosta de estar solteiro. Principalmente em uma data como esta, né?
Parece que o mundo para para viver o 12 de junho. Nas propagandas de TV, nos filmes, nas trilhas sonoras, nas redes sociais... será que não tem algum outro assunto mais interessante para se falar? Sei lá, alguma nova guerra eclodindo no mundo, a crise na Europa, um novo escândalo de um famoso?
O que tem de especial nesse dia? Nada... Até porque, na maioria dos casos, os namoros não são aquela maravilha toda passada pelos filmes românticos e cantadas pelos boêmios. Aquela melosidade toda, aquela bajulação, beijinhos e abraços não resistem a mais do que dois anos. No começo vocês podem até comemorar indo a um rodízio de sushi ou qualquer outro restaurante que proporcione momentos marcantes, únicos e apaixonantes. Mas, como tudo na vida, isso uma hora tem fim. Vai ver, tempo depois, que tudo aquilo que foi dito, sonhado e acreditado, não passou de ilusão. Que as pessoas não fazem ideia do que é o amor, e por isso enganam a si próprias e as outras, como se isso fosse algum tipo de brincadeira.
Enquanto você faz parte do jogo, tudo é lindo. No entanto, uma hora você vai ter que acordar e, ao despertar, vai ter um choque cruel com a realidade. A partir daí vai começar a rever um monte de conceitos que, na sua cabeça de paspalho, já estavam formados. Vai cair de joelhos no chão e ver, como se dizem, que o buraco é bem mais embaixo. Vai começar a duvidar do amor, dos relacionamentos, de você mesmo... Vai deixar o cabelo crescer, a barba dar nó. Um tempo depois vai começar a andar igual hippie. Quando se der conta, já vai estar jogado pelos bancos da praça, mendigando além de um pedaço de pão, um pouco de amor e atenção.
Não que eu esteja assim, longe disso. Estou bem pra caramba. Mas, caso alguma princesa esteja lendo este texto e queira fazer alguma caridade neste Dia dos Namorados, pode me procurar. Prometo tentar ser uma boa companhia e viver uma doce e mágica ilusão. Vou ser um verdadeiro príncipe, com direito a flores, champanhe e algumas cositas mas. Não custa tentar, né? Vai que dessa mentira brote alguma verdade...

terça-feira, 4 de junho de 2013

A febre das redes sociais


Nos tempos atuais só é gente quem está conectado. Lá, no Facebook, Twitter, Instagram e semelhantes, você é quem e o que quiser. Poucos o conhecem, então, por isso, você acaba tornando-se refém do seu perfil. Você será, a partir do momento em que ingressar em algumas dessas redes, aquela pessoa que os outros veem, e não você mesmo. E tem gente que leva isso muito a sério.
É difícil dimensionar qualquer coisa baseado na internet, já que é algo muito dinâmico e imprevisível. Toda semana um novo aplicativo é lançado, uma nova plataforma é criada... A única projeção que se pode fazer com certeza é de que, a cada novo dia, mais pessoas estão se conectando. E isso vai continuar aumentando até que quase todo mundo tenha acesso a essa grande rede. Até por isso os governos têm trabalhado bastante para conseguir formas de promover a inclusão digital.
Hoje, em pleno século 21, é impensável alguém viver sem acesso à internet. Os que já provaram da viagem fascinante proporcionada por ela, dificilmente conseguem tirá-la do seu dia-a-dia. Assim como pode ser uma grande aliada, pode, também, ser uma pedra bem grande no caminho de algumas pessoas.
Assim como tantas outras coisas, a internet é apenas uma ferramenta, um instrumento na mão do usuário. Como será usada, depende exclusivamente dele. Ela, então, não pode ser julgada como culpada ou inocente, já que não tem vontade própria.
Os benefícios são enormes. Com aplicativos como o Skype, WhatsApp e Zello Walkie Talkie, por exemplo, é possível se comunicar com qualquer pessoa, independente da localização no planeta, e de forma gratuita. As únicas exigências são que você esteja conectado à internet, tenha a plataforma necessária (PC, tablete, smartphone) e tenha conta nessas ferramentas. Por meio desses aplicativos milhões de pessoas se comunicam diariamente em todo o mundo, seja por mensagem de texto, por áudio ou por vídeo. Seja a negócio, para matar a saudade dos familiares ou apenas para bater papo com os amigos.
Pelo Facebook, Twitter, Instagram e Foursquare, é possível se atualizar e atualizar seus amigos a respeito de tudo. Lá você é livre para fazer o que bem entender. As redes sociais servem como terapia para muita gente. Usam para fazer seus desabafos, para compartilhar seus problemas, para afrontar seus desafetos, para falar mal dos outros... enfim, usam para tudo.
Um dos maiores problemas é o nível de envolvimento que uma pessoa real cria com esse ambiente virtual. Milhares de pessoas deixam de viver a própria vida para assumir a sua identidade virtual, em que podem ser quem bem entenderem, sem regras, sem pressão, sem nada. Suas amizades são as mais diversas, e com pessoas que talvez nunca vão ver na vida. Lá são livres para contar as mais mirabolantes mentiras ou para dizer as mais tristes verdades, sem ninguém para julgá-las ou dizer o que é certo ou errado. Acabam abrindo mão da própria vida “aqui” para ser alguém “lá”.
Muitas questões ainda pesam sobre as redes sociais, como o direito autoral e uso de imagem, e a privacidade dos usuários. Até porque nunca se tem a dimensão exata do efeito que causa qualquer publicação em algum desses meios. A linha que divide o que é pessoal do que é público é muito tênue, e poucos sabem desse limite.