Mudar é inevitável. Por mais que
nos prendamos a nossas mais profundas raízes, mais hora ou menos hora somos
obrigados a mudar. Esse é o curso natural da vida. Nada dura para sempre. Tudo
dura o tempo que tem de durar, não é o que dizem?
Todo mundo tem o sonho de se
fixar. Seja em uma carreira, seja em um relacionamento, seja em uma cidade... o
grande sonho do brasileiro, por exemplo, é a conquista da casa própria. Ter um
espaço para chamar de seu. Ninguém gosta de não ter o próprio cantinho. Aquele
para você chegar todo dia depois do trabalho, se refugiar quando um temporal
cair ou apenas para cultivar algumas flores no jardim. Poucos são os que não
lutam para conquistar isso, os que se acomodam de não saber quais serão as
coordenadas que o destino vai traçar no dia de amanhã, que não se importam de
não ter um lugar para chamar de lar. Mais uma vez, não queremos mudanças.
Um dos maiores desafios é traçar
a carreira profissional. É definir o que ser ‘quando crescer’. Por isso que
muita gente vive mudando de colégio, de cursinho, de curso, de faculdade. Mas
uma hora, quando essa tal pessoa descobrir o que realmente quer, não vai mais
querer saber de outra coisa. E a partir daí, as mudanças não serão bem vindas.
Tem, também, aqueles que já nascem sabendo o que querem. Despertam desde cedo o
desejo de se tornar professor, piloto, jornalista... ou os pais despertam o
desejo neles de se tornarem médicos, advogados, engenheiros...
Depois de formado, a luta é para
entrar no mercado de trabalho. Conseguir um bom emprego, participar ativamente
da empresa, crescer profissionalmente... depois que chegar ao topo, ou ao cargo
almejado, ou ainda montar o próprio negócio, a mesma rotina permanecerá por
anos e anos. Todo dia fará a mesma coisa, terá o mesmo campo de atuação, sem
mudanças, tudo igual.
No campo sentimental é a mesma
coisa. O sonho de todo mundo, seja homem ou mulher, rico ou pobre, preto ou
branco, bonito ou feio, (e por aí vai) é encontrar a sua alma gêmea, unir o
príncipe à princesa, o mocinho com a mocinha, o Romeu e a Julieta (e por aí
vai). Os livros, os filmes, as músicas... Tudo faz com que as pessoas pensem que
em algum lugar do mundo, alguma esquina da vida, alguma fila de banco, algum
show sertanejo, alguma aula prática, algum passeio no bosque vai fazer você
conhecer a pessoa que nasceu para ser sua. Muitos saem à procura, tentando
encontrar desesperadamente, outros nem se preocupam com isso. Mas, fato é, que qualquer
dia, quando menos se espera, um anjo aparece à sua frente e, na mesma hora,
você sente que essa é a pessoa com quem você quer passar cada segundinho da sua
vida. O tempo passa, vocês se casam... e tudo fica normal.
Mas, seja em qual área for, menos
hora ou mais hora, um terremoto vai chacoalhar a sua estrutura. Você vai
começar a pensar em mudanças... já está cansado dessa mesma vidinha. De ter que
acordar cedo, passar o dia trabalhando, e quando chegar em casa ainda ter que
aturar aquela pessoa com quem se casou (o anjo virou dragão). Ou, pior ainda, o
furacão passa pela sua vida devastando tudo o que tinha, arrancando suas
raízes, te jogando para o alto. Sabe aquele emprego dos sonhos, que você sempre
desejou e ralou tanto para conseguir? Pois é, sua demissão chega. Ou a mulher
da sua vida, aquela que você sempre fez de tudo para agradar, esqueceu do mundo
para viver para ela, abriu mão das suas necessidades para suprir as dela.
Lembra dela? Então, assim do nada, ela sumiu da sua vida. Disse que não dava
mais e zarpou da sua frente.
Como reagir a tudo isso? Como
estar preparado para essas mudanças que parecem roubar a sua alma, a sua vida?
Querem a resposta? Eu procurei no Google, mas não achei nada apropriado... então, meu conselho, é que você encontre o seu próprio caminho, até porque, na verdade, nunca vamos estar preparado para isso. Por mais que achamos estar, a realidade é bem diferente do que a nossa imaginação. O importante é aprender a lição, por mais amarga e dolorida que seja.