sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Transporte público no Brasil



Esta semana foi lançada uma enquete no perfil do JSBA no Facebook, para saber a opinião dos leitores sobre transporte público: deveria ser de graça?

As opiniões divergiram-se bastante. Muita gente, como a Sarah Ferreira, acredita que “se pago já uma precariedade, imagina gratuito.” A Margarete Moro acha que não daria certo. Rosivânia Oliveira não concorda com o serviço ser gratuito. “No Brasil nada é valorizado se é público. Os custos de manutenção triplicariam os valores dos impostos que já são altos”.

Na contramão destes, muita gente pensa que sim, o transporte público - assim como os demais serviços básicos - deveria ser gratuito. “Pelo tanto de imposto que pagamos, sim, deveria ser!”, afirma Drick Sousa. Jane Leal usa o mesmo argumento. “Com certeza, pagamos muitos impostos”.

Independente de o transporte ser pago, ou não, o que todos querem é um serviço de qualidade. “Não deveria ser gratuito, mas podia ser bom”, diz Dalva Gama. “Gratuito não digo, mas com um melhor conforto”, pede Regina Melo. “Quando tem qualidade é outra coisa”, opina Aucileia Damasceno. 

PROTESTOS 

Todo mundo se lembra dos protestos que varreram o Brasil – a partir de São Paulo – em junho de 2013. O que desencadeou aquela onda de revolta? O aumento no preço da passagem de ônibus. Mas não é o aumento em si que é a causa do problema. É a falta de qualidade. É aquela coisa: ninguém se importa em pagar um pouco mais caro em um produto, desde que ele ofereça tudo o que dele se espera. Mas todo mundo se importa em pagar por uma coisa que sempre vai te deixar na mão.

Ninguém acharia ruim se os ônibus fossem novos, confortáveis, com ar condicionado, oferecessem acessibilidade, cumprissem os itinerários corretamente, sem atrasos ou desvios... mas, hoje, andar de ônibus é um risco. E por isso as pessoas reclamam.

Vale lembrar que a culpa não é apenas das empresas que prestam esse serviço. O transporte público compreende, também, questões como mobilidade urbana e infraestrutura. 

CONTEXTO 

O transporte público, no Brasil, nunca foi bom. E vai demorar para ser. Principalmente pela forma que o país se desenvolveu. A partir da metade do século passado, o Brasil passou por muitas transformações no cenário econômico. Em pouco tempo, desenvolveu-se muito. O processo de migração das famílias do campo para cidade, aliado à total falta de planejamento, os serviços básicos ficaram comprometidos – incluindo o transporte. Aliado a isso, boa parte das empresas que instalaram suas fábricas no país foram montadoras de veículos. Isso acarretou consequências sérias enfrentadas até hoje. 

IMPACTOS 

Ao não oferecer um transporte público de qualidade, estimula-se o transporte individual. Como os espaços para se locomover de bicicleta, por exemplo, ainda são escassos, a grande maioria da população – que tem melhor condição – opta por carros e motos. E isso se reflete em outras áreas. 

Em 2012 o Ministério da Saúde gastou mais de R$ 416 milhões somente com o tratamento de vítimas de acidente de trânsito. Motociclistas representaram 48% dos casos. E, segundo o presidente da Associação Brasileira de Vítimas do Trânsito, Dirceu Rodrigues Alves, esse percentual cresce 103% ao ano.

Se o transporte público fosse adequado, o número de acidentes seria bem menor e, consequentemente, o recurso gasto, também.

Além do fato de prejudicar a classe menos favorecida que, muitas vezes, não pode ter acesso a entretenimento, cultura e lazer por conta dos percursos dos ônibus, valor das passagens e horário das rotas.

É preciso repensar as rotas existentes. Será que oferecem a melhor cobertura? Depois – e não menos importante – é necessário avaliar a condição das frotas existentes e detectar os problemas. Após isso, planejar as melhorias.

Santarém é uma cidade de porte médio, mas que começa a enfrentar graves problemas de trânsito. Fruto, principalmente, da falta de planejamento. A tendência é só piorar

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