segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A realidade da ficção


Apesar da curiosidade, nunca tinha assistido à série norteamericana ‘The Walking Dead’. Com certeza você já deve ter ouvido falar. Se não, trata de um cenário devastador causado por uma invasão zumbi. Os walkers devoram tudo o que tem cheiro de vida. Pessoas, animais... 

Nesse mundo apocalíptico, sobreviver é a única coisa que importa. Decisões extremamente difíceis são tomadas. A luta é diária, nem só contra os ‘comedores’, mas também contra os outros sobreviventes. Os humanos tornam-se verdadeiros animais, não restando quase nenhum pingo de civilização. Os bons se vão... os fracos, também. As batalhas são travadas pelos fortes.

A dramaticidade é tão intensa que nos faz pensar o que realmente tem valor. Em um mundo dominado por criaturas mortas-vivas, que não têm almas, não têm sentimentos... o que fazer? Coisas que as pessoas, hoje, dão tanto valor, como casas, carros e luxo não servem de nada. A única coisa que têm, são um ao outro.

Na série, a princípio, há um choque ao ver como pessoas podem matar outras pessoas sem o menor ressentimento, em busca de ser o mais forte e querer o melhor para seu grupo. Mas, pensando bem, a ficção está bem próxima da realidade.

Em Santa Catarina, um jovem foi baleado durante o réveillon. A galera que fazia a festa simplesmente cobriu o corpo do rapaz e continuou a agitação, como se nada tivesse acontecido. Sem o menor remorso. No Rio de Janeiro, um fisiculturista (que não sabia nadar) se atirou ao mar com um amigo e morreu afogado. A festa que rolava no barco continuou por horas sem que ninguém se importasse. 

Estamos em uma sociedade tão anestesiada pela dor que não sabe mais ser humana...

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