Apesar da curiosidade, nunca tinha assistido à série norteamericana ‘The Walking Dead’. Com certeza você já deve ter ouvido falar. Se não, trata de um cenário devastador causado por uma invasão zumbi. Os walkers devoram tudo o que tem cheiro de vida. Pessoas, animais...
Nesse mundo apocalíptico, sobreviver
é a única coisa que importa. Decisões extremamente difíceis são tomadas. A luta
é diária, nem só contra os ‘comedores’, mas também contra os outros sobreviventes.
Os humanos tornam-se verdadeiros animais, não restando quase nenhum pingo de
civilização. Os bons se vão... os fracos, também. As batalhas são travadas
pelos fortes.
A dramaticidade é tão intensa que nos
faz pensar o que realmente tem valor. Em um mundo dominado por criaturas
mortas-vivas, que não têm almas, não têm sentimentos... o que fazer? Coisas que
as pessoas, hoje, dão tanto valor, como casas, carros e luxo não servem de
nada. A única coisa que têm, são um ao outro.
Na série, a princípio, há um choque
ao ver como pessoas podem matar outras pessoas sem o menor ressentimento, em
busca de ser o mais forte e querer o melhor para seu grupo. Mas, pensando bem, a
ficção está bem próxima da realidade.
Em Santa Catarina, um jovem foi
baleado durante o réveillon. A galera que fazia a festa simplesmente cobriu o
corpo do rapaz e continuou a agitação, como se nada tivesse acontecido. Sem o
menor remorso. No Rio de Janeiro, um fisiculturista (que não sabia nadar) se
atirou ao mar com um amigo e morreu afogado. A festa que rolava no barco
continuou por horas sem que ninguém se importasse.
Estamos em uma sociedade tão anestesiada
pela dor que não sabe mais ser humana...
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