segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Quase amores



Tem gente que passa pela nossa vida e, apesar de se tornar especial, pelo capricho de um quase, não se torna um amor completo.

Todo mundo já teve um quase amor. Uma pessoa que conhece na faculdade, no trabalho, na academia ou, sei lá, em qualquer outra ocasião. Geralmente alguém com quem convive diariamente. E, ao se aproximar devagar, vai conquistando a confiança.

Na maioria das vezes um quase amor é comprometido. A pessoa é casada ou namora há bastante tempo. Talvez isso é o que faça com que o amor fique só no quase.

As coisas acontecem aos poucos. Os sorrisos bobos começam a surgir. Mensagens são enviadas e recebidas aos montes. Os bilhetinhos carinhosos aparecem nos lugares mais inusitados.

A caixa de entrada do email enche. São links de filmes ou clipes de músicas. As ligações se tornam diárias. Controlar-se fica difícil. Tudo vira motivo para falar com a outra pessoa. Todo filme, toda música, enfim, tudo lembra ela.

Com os quase amores são planejados os sonhos mais loucos. E as fantasias mais românticas tomam conta da imaginação.

Muitas vezes a atração sexual é o de menos. Apesar de passar as madrugadas conversando sobre tudo, de forma muito inspiradora e intensa, o sentimento se transforma em algo tão romântico que o sexo é (quase) colocado em segundo plano.

Infelizmente (ou felizmente) os quase amores não dão certo. Uma hora ou outra a pessoa vai se distanciar de você. Apesar da vontade de ficarem juntos, os padrões não permitem que isso aconteça. Afinal, quem abandonaria o marido, ou a esposa, ou abriria mão da calmaria de um longo namoro para viver a paixão com seu quase amor, num barco furado? Ninguém troca o certo pelo duvidoso. E talvez seja melhor assim.

Depois de toda a história vivida e sonhada, no final, você será tratado como um estranho. Amizade, nem no Facebook mais. E, quando o dia amanhecer meio nublado, com clima de solidão, você vai se lembrar do seu quase amor e revirar as mensagens antigas para amenizar um pouco a saudade. Ou não.
“Eu tenho um quase amor, que não pode tornar-se amor verdadeiro, pois nossas vidas correm em tempos diferentes. Mas posso contar com esta pessoa, como se estivesse ao meu lado em todas as horas. Sua ausência chega a se tornar presença nas horas mais impróprias, mas não pode ser meu amor. Enquanto isso vamos vivendo, aproveitando os momentos de amizade, de profissionalismo, escondendo (de nós mesmos) toda esta paixão e tesão que teimam em nos rodear.”

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