quinta-feira, 25 de julho de 2013

Perdemos a essência


No Facebook:
- Tão reclamando do dinheiro que o governo está gastando com o Papa? Não sei porque... afinal, a maioria da população é Católica, nada mais justo do que gastar esse dinheiro.

- Sendo assim, por que reclamaram do dinheiro gasto com a Copa? A maioria dos brasileiros é apaixonada por futebol, logo, nada mais justo do que gastar esse dinheiro.
- Lá vai... o que que tão falando do Papa? Porque tudo o que os pastores querem é se aproveitar dos fiéis e promover a sua imagem. Só andam de carrões, jatinhos e se hospedam em hotéis cinco estrelas. Olha só o caso do Feliciano, já quer ser até presidente da República...
- Querem falar de dinheiro, é isso mesmo?! Rá rá. Por acaso não é a Igreja Católica a mais rica do mundo? Ou já se esqueceram da história? Pois eu, não. Sempre se aproveitou do povo para enriquecer... não é à toa que até hoje ostenta tanto luxo e poder. Já enganaram as pessoas por muito tempo, mas agora o jogo está mudando. Ano após ano o número de fiéis está diminuindo... menos fiéis, menos poder, menos dinheiro...

- E a cada dia os pastores estão mais ricos, mais poderosos... tudo às custas dos fiéis. Prometendo milagres, curas, libertações. O que tem de pastor pilantra... O que tem de pastor cometendo adultério...
- E o que tem de padre pedófilo... e o que tem de padre gay...
- E o que tem de filho de pastor perdido, drogado, caloteiro...
E assim vai...

O amor de Deus é a única coisa que nos faz viver. Por amor a nós, pecadores, Ele deu o seu único filho para morrer naquela cruz. Ele não nos separou em grupos. Não fez distinção entre Católicos, Evangélicos, Espíritas, ateus... Ele não escolheu a quem dar a chance de uma nova vida. Ele deu a mesma oportunidade a todos. Aos que acreditavam nEle, aos que xingavam Ele, aos que negavam Ele. Todos tiveram a sua chance. Ladrões, assassinos e todo tipo de gente.

Por isso eu acho incrível a capacidade que nós temos de, nos dias atuais, pegar a Palavra de Deus e jogar no lixo. Não fazer o que Ele nos ensinou, ou pior, fazer tudo aquilo que Ele disse para não fazermos. Deus não é Católico, Deus não é evangélico, Deus não é espírita. Deus é Deus. Por que, então, em vez de fazer a missão que Ele nos deixou, perdemos tempo semeando a discórdia entre irmãos, numa disputa sem-fim em busca de poder e reafirmação? Por que sempre queremos ser um melhor que o outro, se, diante de Deus, somos todos iguais?

De uns tempos para cá essa situação ‘religiosa’ está se tornando um verdadeiro pé no saco. Católicos de um lado, Evangélicos de outro. E no meio dos dois, uma multidão de gente. Muitos que abrem a boca não porque tenham alguma mensagem interessante para falar, mas porque não sabem ouvir. A vinda do Papa ao Brasil, assim como o aumento das passagens em R$ 0,20 lá em São Paulo, foi a gota d’água, pra mim.

Já tá na hora de acabar com esse joguinho besta entre religiões. Aliás, já tá na hora de pararmos de pensar que a religião nos garante alguma coisa. Na verdade, a principal coisa que ela faz é nos cegar. Cegar dos princípios de Deus, cegar do amor ao próximo, cegar da verdade.

Religião não salva, quem salva é Deus. Não temos que fazer o que o pastor A falou, ou o que o padre B disse. Temos que seguir o que Jesus nos ensinou.

Por que não paramos de falar um pouco e prestamos mais atenção na mensagem que o Papa está transmitindo? Sim, por que não? E por que não podemos refletir no que o pastor tem a dizer, antes de condenarmos todos, como sendo iguais?

É que claro que as diferenças vão existir. E é até bom que existam. Na diversidade aparece a verdade. Até porque dentro dos semelhantes, há os diferentes. Dentro das doutrinas evangélicas, há inúmeros ensinamentos que se diferem. Batistas pensam diferente dos Assembleianos, que agem diferente dos Presbiterianos. E assim vai. Não adianta juntar tudo e dizer que são todos iguais.
Respeito é o mínimo que devemos ter. Respeito com todos, sem exceção.

O tempo em que perdemos trocando farpas uns com os outros, poderíamos estar investindo naquele morador de rua, solitário, precisando de uma companhia. Ou quem sabe naquela jovem mãe solteira que está precisando de ajuda, mas que a Igreja virou às costas pra ela. Ou naquele idoso que não tem ninguém para conversar, apenas passa seus dias à espera da morte. Ou, quem sabe, naquele jovem enfiado nas drogas...

Jesus, mesmo sabendo das piores coisas das pessoas, ainda assim Ele as amava. Ele via o fio de vida que estava escondido em cada uma delas. Ele não julgava, Ele não excluía. Ele trazia para perto de si e torna-se amigo delas. “Bonito é a amizade que nasce a partir da precariedade”, disse alguém, certa vez.

Jesus chocou o mundo religioso da sua época. Ele deu o exemplo. Acho que já está na hora de seguir...

Bom, essa é a minha opinião.

Enquanto isso, no Face...
- Vocês ouviram? O Papa é contra o casamento gay. Isso mesmo, ele é contra! Rá rá rá. Não vão falar nada? Não vão chamá-lo de homofóbico? Hein, vão não? Sabe como é... o Feliciano disse a mesma e quase foi apedrejado...

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