Quando acordo já está passando
das 17h. Abro meus olhos e vejo, pela TV, Corinthians e São Paulo empatando em
0 a 0. Mexo-me na cama e sinto um objeto nas minhas costas. É o meu celular. Dou
uma olhada nele, confiro as novidades. Nada além de mensagens de ‘bom dia’. Minha
cabeça está latejando. Minha garganta, seca.
Levanto, vou até a cozinha. Tomo um
gole de café, o resto da caneca eu jogo fora. Já está frio. Abro as panelas em
cima do fogão. Hoje o almoço foi macarrão com frango. Estou sem fome, mas mesmo
assim vou comer. Não preciso estar com fome para comer macarrão.
Vou tomar banho. Depois, ligo meu
PC, tenho um TCC para terminar. Pra falar a verdade a minha cabeça começa a
doer ainda mais só de pensar em mexer nesse projeto. Queria que tudo isso acabasse
logo e eu me visse livre desse peso. O que me anima é pensar que falta apenas
um mês para que tudo isso chegue ao fim. Mais
um mês...
Abro meu email. Nada de
importante. Abro meu Facebook. Nada de interessante. Abro meu TCC. Nada de
estimulante. Olho para o lado. Vejo A AUTOESTRADA, um livro que comecei a ler
dias atrás. Olho pra tela do meu DELL. Tenho
que terminar o TCC, tenho que terminar... pego o livro. Procuro a página em
que parei. É a 128. Não cheguei nem na metade da autoestrada. Começo a ler.
Ouço passos na escada. Em seguida,
aparece a minha mãe. Ela vê a minha caneca ao lado da cafeteira e pergunta se
eu quero que ela passe um café. Com toda
a certeza.
Leio 19 páginas. Não consigo
continuar. Estou com um tédio mortal. Deixo o livro de lado. Volto a atenção
para o PC. Vou de aba em aba à procura de alguma coisa que me distraia. Coloco uma
música para tocar. Encho minha caneca de café pra acompanhar.
Pego meu celular. Respondo algumas
mensagens. Não estou com muito ânimo pra conversar. Deixo meu celular de lado. Encho
minha caneca, novamente.
Retomo meu TCC. Faço algumas
modificações. Mudo isso, mudo aquilo. Não
tô com cabeça pra isso. Abando o projeto mais uma vez. E encho minha
caneca, outra vez.
Dou uma olhada no Facebook, curto
umas postagens interessantes – uma raridade. Converso, pelo bate papo, com duas
amigas que moram fora. Abro o WORD. Tento começar a escrever um texto. Digito algumas
palavras. Desisto. Volto ao Face, continuo a conversa. Pego a caneca e coloco
mais um gole de café.
Minha mãe esquenta a janta. Como moderadamente.
Volto ao PC. Abro outra página no
WORD. Tento escrever outro texto. Digito algumas frases, mas não consigo
continuar. Que tédio! Desisto da
missão.
Tomo outro banho. Volto ao PC. Começo
a assistir uma série. Dois minutos. Esse é o tempo que eu assisto. Pego meu
celular. Abro o WHATSAPP, não puxo conversa com ninguém. Deixo meu celular de
lado. Olho pela janela, está uma escuridão sem fim. Já passa da meia noite.
Abro mais uma vez o WORD. Começo a
escrever este texto. O nome já diz tudo: MAIS UM DIA PERDIDO. Hoje eu não fiz
nada de interessante (talvez este texto), não conheci ninguém diferente, nem
saí de casa! Simplesmente desperdicei um dia de vida à toa. Deixei o tédio me
consumir. Isso não vai mais acontecer.
Abro o Face, dou uma olhada. Fecho a página. Pego o celular, nenhuma mensagem nova. Vou à cozinha, abro os armários, mas o dia está tão ruim que não encontro nada. Volto ao PC.
Posto o texto.
Tédio, vai embora, por favor...
Abro o Face, dou uma olhada. Fecho a página. Pego o celular, nenhuma mensagem nova. Vou à cozinha, abro os armários, mas o dia está tão ruim que não encontro nada. Volto ao PC.
Posto o texto.
Tédio, vai embora, por favor...
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