segunda-feira, 29 de julho de 2013

Mais um dia perdido


Quando acordo já está passando das 17h. Abro meus olhos e vejo, pela TV, Corinthians e São Paulo empatando em 0 a 0. Mexo-me na cama e sinto um objeto nas minhas costas. É o meu celular. Dou uma olhada nele, confiro as novidades. Nada além de mensagens de ‘bom dia’. Minha cabeça está latejando. Minha garganta, seca.

Levanto, vou até a cozinha. Tomo um gole de café, o resto da caneca eu jogo fora. Já está frio. Abro as panelas em cima do fogão. Hoje o almoço foi macarrão com frango. Estou sem fome, mas mesmo assim vou comer. Não preciso estar com fome para comer macarrão.

Vou tomar banho. Depois, ligo meu PC, tenho um TCC para terminar. Pra falar a verdade a minha cabeça começa a doer ainda mais só de pensar em mexer nesse projeto. Queria que tudo isso acabasse logo e eu me visse livre desse peso. O que me anima é pensar que falta apenas um mês para que tudo isso chegue ao fim. Mais um mês...

Abro meu email. Nada de importante. Abro meu Facebook. Nada de interessante. Abro meu TCC. Nada de estimulante. Olho para o lado. Vejo A AUTOESTRADA, um livro que comecei a ler dias atrás. Olho pra tela do meu DELL. Tenho que terminar o TCC, tenho que terminar... pego o livro. Procuro a página em que parei. É a 128. Não cheguei nem na metade da autoestrada. Começo a ler.

Ouço passos na escada. Em seguida, aparece a minha mãe. Ela vê a minha caneca ao lado da cafeteira e pergunta se eu quero que ela passe um café. Com toda a certeza.

Leio 19 páginas. Não consigo continuar. Estou com um tédio mortal. Deixo o livro de lado. Volto a atenção para o PC. Vou de aba em aba à procura de alguma coisa que me distraia. Coloco uma música para tocar. Encho minha caneca de café pra acompanhar.

Pego meu celular. Respondo algumas mensagens. Não estou com muito ânimo pra conversar. Deixo meu celular de lado. Encho minha caneca, novamente.

Retomo meu TCC. Faço algumas modificações. Mudo isso, mudo aquilo. Não tô com cabeça pra isso. Abando o projeto mais uma vez. E encho minha caneca, outra vez.

Dou uma olhada no Facebook, curto umas postagens interessantes – uma raridade. Converso, pelo bate papo, com duas amigas que moram fora. Abro o WORD. Tento começar a escrever um texto. Digito algumas palavras. Desisto. Volto ao Face, continuo a conversa. Pego a caneca e coloco mais um gole de café.

Minha mãe esquenta a janta. Como moderadamente.

Volto ao PC. Abro outra página no WORD. Tento escrever outro texto. Digito algumas frases, mas não consigo continuar. Que tédio! Desisto da missão.

Tomo outro banho. Volto ao PC. Começo a assistir uma série. Dois minutos. Esse é o tempo que eu assisto. Pego meu celular. Abro o WHATSAPP, não puxo conversa com ninguém. Deixo meu celular de lado. Olho pela janela, está uma escuridão sem fim. Já passa da meia noite.

Abro mais uma vez o WORD. Começo a escrever este texto. O nome já diz tudo: MAIS UM DIA PERDIDO. Hoje eu não fiz nada de interessante (talvez este texto), não conheci ninguém diferente, nem saí de casa! Simplesmente desperdicei um dia de vida à toa. Deixei o tédio me consumir. Isso não vai mais acontecer.

Abro o Face, dou uma olhada. Fecho a página. Pego o celular, nenhuma mensagem nova. Vou à cozinha, abro os armários, mas o dia está tão ruim que não encontro nada. Volto ao PC. 

Posto o texto.

Tédio, vai embora, por favor... 

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