quarta-feira, 7 de novembro de 2012

E a natureza faz todo o trabalho que cabe ao homem

Um lugar para contemplar lixo, sujeira e cheiro de bosta


Santarém nasceu em um lugar abençoado (e estratégico). Ganhou de presente tudo aquilo de que precisa para se desenvolver e se tornar uma cidade exemplo para o Brasil (e para o mundo). Tem um enorme potencial turístico a ser (sustentavelmente) explorado. São praias, rios, lagos, comunidades... E segue a lista interminável de belezas naturais. Ainda mais nos últimos anos quando o ecoturismo ganha mercados cada vez maiores. Além dessas características geofísicas mencionadas, ainda teve a oportunidade de, ao longo da história, formar um povo feliz, mesmo com todas as dificuldades vivenciadas. Gente simples, mas que sabe tratar bem o próximo. Uma população marcada pela humildade e pelo bom coração. Com história e cultura esplêndidas. Enfim, um cenário desejado por milhares de cidades pelo mundo afora.
No entanto, isso não basta. É preciso que o homem faça a sua parte, preservando o que tem de ser preservado e aproveitando o que há para ser aproveitado. Não adianta ter tanto potencial se isso não se reverter em benefícios para a população. E, infelizmente, é o que tem acontecido. A praia de Alter do Chão, por exemplo, tem se vendido sozinha. Foi assim que, por duas vezes, foi notícia em um jornal inglês como uma das praias mais bonitas do Brasil. No entanto, a mídia a vende de um jeito muito mais superior do que ela realmente é. É linda, mas não apresenta estrutura para competir de igual para igual com outros pólos do Brasil. Já passou da hora dos governantes desta querida terra acordarem do sono profundo em que vivem. Chega de tanta moleza.
Mas também não adianta fazer só por fazer. Sé é para gastar o dinheiro público com obras indignas da grandeza da história santarena, melhor deixar como está. Uma delas é a construção do Parque da Vera Paz. Lá foi resultado da parceria da Prefeitura com o Governo Federal. Um lugar feito para contemplar o mato e sentir o cheiro da fossa a céu aberto que é no local. Na época da cheia, pelo menos, as águas encobrem o lixo e a sujeira que reinam em Santarém. Afinal, para contemplar merda não é preciso sair de casa. A inteligência de certas pessoas me assusta. Como podem despejar tudo que não presta em frente à cidade? Um lugar tão bem guardado na memória dos santarenos se transformou em um alagado desprezível. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça-me feliz. Comente aqui :)