Pela primeira vez em muito tempo estou passando o Dia dos Namorados sozinho. Não sei se estou reagindo muito bem a isso, afinal, por mais que as pessoas digam o contrário, ninguém gosta de estar solteiro. Principalmente em uma data como esta, né?
Parece que o
mundo para para viver o 12 de junho. Nas propagandas de TV, nos filmes, nas
trilhas sonoras, nas redes sociais... será que não tem algum outro assunto mais
interessante para se falar? Sei lá, alguma nova guerra eclodindo no mundo, a
crise na Europa, um novo escândalo de um famoso?
O que tem de
especial nesse dia? Nada... Até porque, na maioria dos casos, os namoros não
são aquela maravilha toda passada pelos filmes românticos e cantadas pelos
boêmios. Aquela melosidade toda, aquela bajulação, beijinhos e abraços não
resistem a mais do que dois anos. No começo vocês podem até comemorar indo a um
rodízio de sushi ou qualquer outro restaurante que proporcione momentos
marcantes, únicos e apaixonantes. Mas, como tudo na vida, isso uma hora tem
fim. Vai ver, tempo depois, que tudo aquilo que foi dito, sonhado e acreditado,
não passou de ilusão. Que as pessoas não fazem ideia do que é o amor, e por
isso enganam a si próprias e as outras, como se isso fosse algum tipo de brincadeira.
Enquanto
você faz parte do jogo, tudo é lindo. No entanto, uma hora você vai ter que
acordar e, ao despertar, vai ter um choque cruel com a realidade. A partir daí
vai começar a rever um monte de conceitos que, na sua cabeça de paspalho, já
estavam formados. Vai cair de joelhos no chão e ver, como se dizem, que o
buraco é bem mais embaixo. Vai começar a duvidar do amor, dos relacionamentos,
de você mesmo... Vai deixar o cabelo crescer, a barba dar nó. Um tempo depois
vai começar a andar igual hippie. Quando se der conta, já vai estar jogado
pelos bancos da praça, mendigando além de um pedaço de pão, um pouco de amor e
atenção.
Não que eu
esteja assim, longe disso. Estou bem pra caramba. Mas, caso alguma princesa
esteja lendo este texto e queira fazer alguma caridade neste Dia dos Namorados,
pode me procurar. Prometo tentar ser uma boa companhia e viver uma doce e
mágica ilusão. Vou ser um verdadeiro príncipe, com direito a flores, champanhe
e algumas cositas mas. Não custa
tentar, né? Vai que dessa mentira brote alguma verdade...
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