A sabedoria dos conselhos

Conselhos... 

Ah, como é bom receber conselhos, não é? São tão importantes para nossa vida, nos ajudam a crescer, a nos tornar pessoas melhores... Blá, blá, blá. Não sei o porquê, mas ultimamente não tenho pensado assim. Não mesmo! E garanto que tem muita gente que concorda comigo. E os que não concordam, apresentarei os meus argumentos.

A questão se torna pior quando o assunto é amor. Aí o negócio complica. Sabe por quê? Porque, como diz um texto que li há alguns dias, quem ama incomoda os que se decepcionaram com a vida, e quem sonha, incomoda quem perdeu a esperança. Geralmente quem aconselha está insatisfeito com a sua vida. Pode ver. Se aconselham você a não arrumar namorada é porque só encontraram decepções. Se falam para não casar, é porque a sua realidade não é nada agradável. Aposto quanto quiserem que, se essas pessoas estivessem felizes, falariam tudo ao contrário. Veja o exemplo a seguir, após profunda (?) análise de relacionamentos.

Casal feliz:

“Casamento? É a melhor coisa do mundo! Não há nada melhor do que dividir tudo com outro alguém. Alguém que te ama, que faz tudo por você. Que te aquece nas noites frias e te dá banho nas noites de calor...”

Casal infeliz:

“Casamento? É a pior coisa do mundo! Não há nada pior do que dividir tudo que é seu com alguém. Alguém que nem liga pra você. Alguém que só pensa nele. Que, nas noites frias, pega todo o lençol e te deixa passar frio. Que usa a privada e não dá descarga. Que vai tomar banho e deixa pêlos por todo lado...”

Encontrar a pessoa amada - acredito eu - é uma das melhores coisas que podem acontecer. E, claro, a chance de que isso aconteça é pequena. Na verdade, quase zero. Entenda bem, ‘quase’. Isso significa que, apesar de pouca, essa possibilidade existe. Na verdade, quanto maior a dificuldade, maior deve ser a nossa dedicação. Aí é que entra o meu argumento de que conselhos, geralmente, são uma merda. 

Se você só tem uma chance de conquistar a pessoa, o mínimo que pode fazer é dar o máximo de si. E mesmo depois de conquistá-la, quando realmente sabemos – e sentimos – que amamos alguém, não nos importamos com distâncias, tempo ou qualquer outra coisa. Afinal, para quem ama, nada nunca é demais. Não ligamos de acordar horas mais cedo para levá-la ao trabalho, ou perder o horário de almoço para acompanhá-la nas compras. Não nos importamos de abrir mão de um ou outro jogo de futebol para ficar com ela. Ou, às vezes, faltar no trabalho para passar uma tarde na praia. Não está nem aí para as frases feitas que os ‘sábios e experientes’ dizem, como por exemplo: “o amor é um poço que quem está fora quer entrar e quem está dentro quer sair”.

Não há nada mais gratificante do que fazer tudo por quem se ama e, depois, receber como recompensa um sorriso tão lindo e meigo que faz as lágrimas acumularem nos olhos, enquanto ganha um abraço tão apertado e carinhoso que você parece nem acreditar que tudo seja real.

Como diz a letra de uma música, “quando a gente encontra um amor a gente muda. Quando a gente encontra um amor, a gente cuida”. E só você pode saber o que está sentindo. Não caia no papinho de que “eu sei o que você está sentindo. O nome disso é paixão. Isso passa, vai ver. Daqui uns meses não vai sentir mais nada”.

Ou, “tem que mostrar quem manda. Não pode fazer todas as vontades do outro, tá escutando? Eu já passei por isso. No começo era assim também, mas depois tudo muda. É apenas uma ilusão. Aproveita o quanto puder sua vida de solteiro...”

Quer um conselho? Não ouça conselhos. Aliás, eu tenho um muito bom para te dar. Aprenda a ouvir o que a vida ensina. Ela é a melhor professora. Simples. Todo mundo tem o direito de errar. Mas também tem o dever de aprender com os erros. Quando encontrar o amor, entregue-se por inteiro e viva tudo com intensidade. Não dê ouvidos aos que os outros falam, afinal, quem vive, não tem tempo de dar pitaco na vida dos outros. É melhor errar tentando fazer o certo, do que errar esperando que o outro faça por você. Viva!