> texto escrito originalmente em 2018 e que, por algum motivo, estava como rascunho
Mais um dia surgiu.
Um dia que pode ser apenas mais um, como todos os outros vividos até hoje.
Ou, um dia que pode ser O dia. Aquele que vamos saber que viver vale a pena.
Viver é maravilhoso.
Independente de tudo, é preciso enxergar isso. É preciso ver que a felicidade está mais perto do que se imagina. Viver deve ser sempre a nossa paixão.
A vida é apaixonante.
Às vezes perdemos tanto tempo com o impossível, pensando no futuro, enquanto nossos três segundos do presente se vão sem que possamos aproveitar.
Sonhar é bom, mas viver é melhor.
Não aproveitamos a luz do sol, nem o luar da noite. A chuva, nem o vento. Esquecemos de ver a realidade fascinante que nos cerca.
Ninguém é feliz sozinho, mas, para ser feliz, não depende de ninguém além de nós mesmos.
Não é preciso ter alguém para ser completo.
Espalhar o bem faz bem. Não precisamos gritar para sermos ouvidos.
Temos tão pouco tempo. Nem o infinito seria suficiente para entender o amor, a política, a religião, o futebol, ou as mulheres. Então, para que perder tempo buscando explicações para o inexplicável? É melhor viver. É mais saudável compreender, mesmo que não concordemos ou entendamos. Ser feliz vale mais.
Por que perdemos tanto tempo com o passado? Nada vai mudá-lo. Por que criticar tudo? Críticas não fazem ninguém melhor. Compreensão, faz. Por que não aproveitar o tempo que gastamos falando mal dos outros, para ver em que podemos ajudar a nós mesmos?
A vida é tão curta para não aproveitá-la. O tempo é passa tão depressa para mal o utilizarmos.
Ninguém nos conhece. Ninguém sabe quem somos.
Então, por que se importar com o que os outros dizem? Por que desperdiçar preciosos
segundos com o que não vale a pena? Ninguém é melhor, ninguém é pior. Ninguém é
capaz de entender por onde nosso caminho passou. Os erros são apenas nossos. E
dele nós somos o único juiz. Da mesma forma que as vitórias são apenas nossas. Pequenas,
grandes, não importa. São nossas, e ninguém, por pior que seja, é capaz de nos
tirá-las.
Não tenhas medo do passado. Se as pessoas te disserem que ele é irrevogável, não acredites nelas. O passado, o presente e o futuro não são mais do que um momento na perspectiva de Deus, a perspectiva na qual deveríamos tentar viver. (...) as coisas são na sua essência aquilo em que decidimos torná-las. Uma coisa é segundo o modo como olhamos para ela.
Oscar Wilde, in 'De Profundis'
Não há razão válida para temeres o que quer que seja; nós, isso sim, deixamo-nos abalar e atormentar apenas por vãs aparências. Nunca ninguém analisou o que há de verdade no que nos aflige, mas cada um vai incutindo medo nos outros; nunca ninguém se atreveu a aproximar-se do que lhe perturba o espírito e a averiguar a natureza real e fundamentada do seu medo. Daqui resulta o crédito que se dá a um perigo inexistente, que mantém a sua aparência porque ninguém o contesta a sério. Basta que nos decidamos a abrir bem os olhos para verificarmos como é diminuto, incerto e inofensivo aquilo que receamos.
Séneca, in 'Cartas a Lucílio'
O primeiro passo para acreditar apaixonadamente é o medo. O medo de perdermos a nossa identidade, a nossa vida, a nossa condição ou as nossas crenças. O medo é a pólvora e o ódio o rastilho. O dogma, em última instância, é apenas um fósforo aceso.
Carlos Ruiz Zafón, in 'O Jogo do Anjo’
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