sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mundo às avessas

Temos o terrível costume de dar valor demais a determinadas coisas. E isso nos faz perder o foco sobre qual a direção que deveríamos tomar. Infelizmente, tudo que é moda, vira lei. Se pesquisarmos um pouco, vamos encontrar os absurdos.

Em Barra do Garças (MT), no dia 5 de setembro de 1995, o prefeito tentou criar um ‘aeroporto alienígena’ (Lei Municipal 1840/95). Reservou uma grande área para o pouso de OVNIs, tudo por conta das falácias acerca das invasões extraterrestres, na época. 

Em novembro de 1997, o Decreto Municipal 82/97, de Bocaiúva do Sul (PR), proibiu a venda de camisinhas e anticoncepcionais na cidadezinha de 9 mil habitantes. Tudo porque os índices de natalidade estavam baixos e, consequentemente, menos recursos chegariam lá. Por sorte a lei foi revogada um dia depois.

Isso sem falar na lei que aumenta a pena dos crimes ambientais cometidos nos finais de semana e feriados, ou da lei que pune quem anunciar em outdoors, banners e faixas, com erros de ortografia, regência ou concordância.

O discurso dos ambientalistas, dos ‘ecologicamente corretos’, tem tomado grande parte da nossa atenção neste século. Apesar de, em anos anteriores, esse discurso ser mais forte, ele ainda segue presente em nosso dia-dia, ganhando páginas nos impressos, tempo nas emissoras de Rádio e TV, espaço nas universidades, nas ruas...

Já não podemos ir para o trabalho de carro, demorar um pouquinho mais na hora do banho, carregar compras nas tradicionais sacolas... ,É, meu amigo, quem diria que a modernidade seria assim?
Não vou negar, acho bacana toda essa onda de sustentabilidade. De aproveitar a energia do sol, do vento, do mar. Só que, cá entre nós, quem pode pagar por isso? A energia solar, por exemplo, tem um custo quatro vezes superior ao das fontes tradicionais. No caso da energia eólica, os custos, apesar de menores em relação à solar, ainda é elevado. O governo brasileiro prevê que levará meia década para que os custos tornem-se, ao menos, competitivos. E, enquanto isso, renegam os combustíveis fósseis, que geram milhões de reais para o país, como se fossem verdadeiros monstros.

A mais comemorada descoberta dos últimos anos, a do pré-sal, na costa brasileira, é um exemplo da importância deste tipo de recurso. A Petrobrás, uma das maiores empresas do mundo, sabe muito bem do valor que o petróleo tem. E não é só ela. Guerras e mais guerras já aconteceram por causa dele.
Não estou aqui para negar o valor dessa discussão, nem para dizer que não se deve pensar em fontes alternativas de energia. Só que parece que essa discussão é a coisa mais importante do mundo. Esse papinho de sustentabilidade é uma grande besteira, na minha humilde opinião - claro!

Enquanto milhões de pessoas morrem por falta de ter o que comer. Enquanto ter acesso a Saúde é só para quem pode pagar. Enquanto a educação continua uma verdadeira porcaria (a não ser nas propagandas governamentais). Enquanto saneamento básico e acesso à água de qualidade é privilégio de pouquíssimos. Enquanto tantas outras coisas acontecem, ficamos aí, na mesma. Debatendo leis para retirar sacolas plásticas do mercado.

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