Outro dia eu estava passando pela Avenida Tapajós quando vi uma cena muito comum no cais de arrimo: ciclistas circulando tranquilamente pelo local. Achei por bem tirar uma foto, justamente no momento em que um deles passava pela placa que sinaliza a proibição. Para piorar, quando olho para o outro lado da rua, noto a presença de um guardinha da Secretaria Municipal de Transporte. O que ele fez? Nada. Nem mesmo deve ter percebido a irregularidade, aliás, como boa parte da população. Vou usar este caso para ilustrar os meus argumentos futuros.
Nós temos a incrível mania de achar
que o problema só está no outro. Falamos dos políticos que roubam milhões de
reais, dos grevistas que não querem trabalhar, das indústrias que poluem a
natureza, dos ribeirinhos que só vivem do Bolsa Família, do governo que
sobrevive pelas migalhas distribuídas aos pobres, dos chefes que só nos fazem
trabalhar, das mulheres que são piriguetes, das pessoas que usam o banheiro sem
fechar a porta... Blá, blá, blá.
Se o tamanho da língua fosse
documento, tem gente que se daria bem. Por que não olhamos para o nosso umbigo?
Certamente porque acharemos defeitos. E claro que é muito mais divertido
apontar os defeitos alheios. Com certeza você já deve ter ‘achado’ dinheiro na
rua (ou sabe de alguém que encontrou). E, sem dúvida, deve ter se apropriado
dele. Muitos ainda agradecem aos céus pela ‘benção’. Mas, espera aí, o dinheiro
era seu? Não. Então por que pegou? E esse é só um exemplo. As coisas já se
tornaram tão comuns que até causam espanto quando são feitas da maneira certa.
E por aí vai. Passamos pelo sinal
fechado, ultrapassamos pelo acostamento, estacionamos em cima das calçadas, não
paramos na faixa de pedestre, jogamos lixo em qualquer lugar, pichamos e
destruímos o patrimônio público, criamos boatos, ofendemos o próximo, obtemos
vantagens, vendemos o voto, roubamos, mentimos... Ou vai dizer que não? Mas
para responder, espere um momento, olhe para o seu umbigo primeiro.
Não podemos esperar um futuro
melhor se nós não fizermos nada no presente. Não adianta eu criticar um
político, se na verdade sou igual a ele. Não adianta eu xingar o meu vizinho se
eu sou pior que ele. Não adianta eu só reclamar, reclamar, reclamar se não
fizer nada para mudar. “Você tem 10 segundos para pensar nisso!” (Hihihi).
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